Método gera células-tronco de dentes de leite

 O pesquisador e cirurgião dentista José Ricardo Muniz Ferrei ra e o biólogo e doutor em Genética Roberto Fanganiello desenvolveram uma técnica inédita de extração, expansão e criopreservação de células-tronco da polpa do dente de leite.

O método é baseado num processo completo e não-invasivo e permite que as células sejam expandidas em ampla quantidade e qualidade para utilização posterior. A técnica tem patente requerida no país e no exterior.

Pesquisas recentes realizadas no Brasil e no mundo revelam que a polpa dos dentes de leite é uma fonte rica de células jovens, que oferecem diversas possibilidades, quando comparadas a outras fontes de células mesenquimais, responsáveis pela formação dos tecidos ósseos, cartilaginosos e musculares.

Doença e paciente

“Determinadas características da doença e do paciente podem exigir a utilização de uma grande quantidade de células-tronco em uma terapia. Sem a expansão, nem sempre é possível utilizar as armazenadas para um tratamento completo. Por meio deste processo, conseguimos expandir as células na quantidade para que sejam usadas com eficiência no futuro em terapias celulares e gênicas“, explica José Ricardo.

Para disponibilizar o acesso do público a essa tecnologia, José Ricardo buscou investidores. Após prospecção, foi identificado que o interior paulista ofereceria uma base sólida. Com um investimento de R$ 8,5 milhões foi criada a empresa de criopreservação R-Crio. O CEO da R-Crio, Rogério Andrade, comentou a escolha por Campinas. “A opção por Campinas ac abou se dando porque tivemos uma receptividade muito grande do prefeito Jonas Donizette e da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social, que tem programa forte de atração de empresas de base tecnológica.

Vocação de Campinas

Campinas tem essa vocação por causa dos centros de pesquisa, dos parques tecnológicos e das universidades que acabam criando um ecossistema para empresas de base tecnológica e muito favorável ao empreendedorismo. “O nosso produto é totalmente novo e algo inusitado. Existem empresas hoje com produtos parecidos na Europa e nos EUA, mas no Brasil foi uma iniciativa pioneira“, diz.

A R-Crio possui centros de coleta próprios. Profissionais trein ados solicitam uma investigação inicial do paciente, fazem a extração do dente de leite de maneira segura, garantindo a qualidade do material e o aproveitamento do maior número de células. Após o procedimento, as células-tronco são analisadas no laboratório da R-Crio e passam por um processo de multiplicação, sendo posteriormente criopreservadas. A empresa oferece ainda o serviço de mapeamento genético e aconselhamento familiar.

Fonte: DCI