Maioria dos brasileiros diz ter boa saúde, mostra pesquisa do IBGE

 A maioria dos brasileiros considera sua saúde como boa ou muito boa; e mais de um terço conta com hábitos saudáveis de alimentação, como consumo de cinco porções diárias de frutas e de hortaliças. No entanto, quase um terço também admitiu consumo regular de refrigerantes; em torno de 20% reconhecem comer regularmente doces em cinco dias ou mais na semana; e mais de um terço (37,2%) informaram consumir carne ou frango com excesso de gordura. O quadro delineado consta da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento, que investiga a percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas do brasileiro, foi feito pelo instituto em parceria com o Ministério da Saúde. É o primeiro volume de uma série sobre o tema que passará a ser divulgada pelo instituto. Até então, a saúde era abordada pelo IBGE em suplementos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Segundo a pesquisa, 66,1% de um total de 146,3 milhões de pessoas acima de 18 anos ou mais autoavaliaram sua saúde como boa ou muito boa. Essa avaliação positiva foi mais preponderante entre os homens. Em torno de 70,3% da população masculina investigada classificava sua saúde favoravelmente, enquanto esse percentual foi de 62,4% entre as mulheres.

Quanto maior a faixa etária, mais baixa é a percepção favorável em relação à saúde. Na faixa entre 18 a 29 anos, a classificação de saúde como boa ou muito boa atingia 81,6%; já entre os de 75 anos ou mais de idade, esse percent ual era de apenas 39,7%.

Além disso, o IBGE apurou também que, quanto maior era o grau de instrução, mais elevada era a autoavaliação favorável sobre saúde. Entre pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto, o percentual foi de 49,2%; mas para as com superior completo, era de 84,1%.

O costume de manter hábitos saudáveis de alimentação pode ter contribuído para esses elevados percentuais de avaliação positiva em relação à sua própria saúde. O mesmo levantamento mostrou que 37,3% das pessoas com 18 anos ou mais de idade consumiam cinco porções diárias de frutas e de hortaliças – sendo que, entre as mulheres esse percentual era maior (39,4%) do que entre os homens (34,8%) nessa faixa etária.

Doenças crônicas

As doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos e câncer, são responsáveis por mais de 70% das causas de morte no país, de acordo com a pesquisa do IBGE. Segundo o instituto, 21,4% do total pesquisado admitiu diagnóstico de hipertensão arterial, o que corresponde a 31,3 milhões de pessoas. Essa doença foi mais frequente entre as mulheres (24,2% do total feminino) do que entre os homens (18,3%). A pesquisa mostrou ainda que, quanto maior a idade, maior a possibilidade de hipertensão: essa doença era presente em 2,8% entre pessoas de 18 anos a 29 anos; e em 55% das pessoas com 75 anos ou mais. Mas 69,7% afirmaram receber assistência médica para tratar a doença.

No caso de diabetes, 6,2% da população de 18 anos ou mais de idade a detinham: um contingente de 9,1 milhões de pessoas — sendo que, desse total, 73,2% receberam assistência média para a doença nos últimos 12 meses. Essa doença era mais frequente entre as mulheres (7% do total feminino) do que entre os homens (5,4%). Por sua vez, o diagnóstico de algum tipo de doença cardíaca foi apurado em 4,2% daqueles acima de 18 anos, ou 6,1 milhões de pessoas. A pesquisa informou, ainda, que 1,8% das pessoas acima de 18 anos, ou 2,7 milhões de adultos, atestaram diagnóstico de algum tipo de câncer.

Bebidas alcóolicas

Mais de 20% da população com 18 anos ou mais de idade consome bebida alcóolica pelo menos uma vez por semana – e esse consumo é quase o triplo entre os homens do que entre as mulheres. Essa é mais ou menos a idade c om que o brasileiro começa a consumir álcool, segundo a pesquisa do IBGE. Ao mesmo tempo, o uso diário de cigarro abrange em torno de 21,9 milhões de pessoas, ou 15% das pessoas com 18 anos ou mais de idade. E quase a metade da população nessa faixa etária (46%) é classificada como insuficientemente ativa, ou seja, não praticam atividade física ou a praticam de forma insuficiente.

O levantamento abrange universo de 146,3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais. Desse total, 24% admitiram o consumo de álcool pelo uma vez ou mais por semana – mas, ao se analisar esse dado por gênero, esse percentual era de 36,3% entre os homens; e de 13% entre as mulheres.

O consumo de álcool também é mais frequente entre pessoas com maior número de anos de estudo. Entre os com superior completo, aqueles que admitiram consumo da bebida semanalmente foi de 30,5% do total com esse grau de escolaridade, acima da média nacional – enquanto que entre os sem instrução ou com fundamental incompleto essa fatia era de 19%.

Fonte: Portal Valor Econômico
Autor: Alessandra Saraiva