Brasil, Cabo Verde e Portugal têm as prevalências mais elevadas de diabetes

 Hoje, 12 de N ovembro, é dia de nova reunião do Ciclo de Conferências “Diabetes Século XXI: O Desafio”. Mais logo, às 18:00, na Escola da Diabetes Ernesto Roma (Rua do Sol ao Rato, n.º 11, Lisboa), coloca-se a irreverente questão “De que mundo é a Diabetes?”. O convidado a dar respostas à audiência sobre esta matéria é o Professor Paulo Ferrinho, Director do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa que vai estar acompanhado pelo Dr. José Manuel Boavida, Director do Programa Nacional para a Diabetes, e pelo Dr. Francisco George, Director Geral da Saúde, avança comunicado de imprensa.


Em tempos uma doença ocidental, a diabetes é agora uma patologia global, instalada em todos os países. Se a diabetes chegou a ser uma doença da afluência, está agora concentrada entre os mais pobres: 80% das mortes por diabetes ocorrem em países de média ou baixa renda. De entre os Estados Me mbros da CPLP há um de renda alta (Portug al), 5 de renda média alta (Brasil, Timor Leste, Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe) e 2 de renda média baixa (Guiné-Bissau, Moçambique).

 

Tendo em conta também a genética da diabetes (factores genéticos podem explicar uma maior insulinorresistência entre indivíduos de origem africana e uma menor produção de insulina entre populações do leste asiático) há três países que competem pela primazia de terem as prevalências mais elevadas da diabetes: Brasil (10,52%), Cabo Verde (5,43%) e Portugal (9,56%).

 

“Vemos que seis riscos com relevância para a diabetes se encontram colocados entr e os 10 mais importantes que explicam a morbi-mortalidade observada no mundo – a alimentação, o tabagismo, o álcool, o excesso de peso, a intolerância à glucose e o sedentarismo. Enfatizando a importância de uma teia causal para compreender o estado da saúde a nível global”, explica o Professor Paulo Ferrinho, recordando que estes factores de risco são também aqueles que mais aumentaram entre 1990 e 2010.


Relativamente à obesidade, não há nenhum país no mundo em que a prevalência da obesidade tenha diminuído. “Desde 1980, nos países lusófonos tanto o excesso de peso como a obesidade têm crescido a taxas que em alguns casos são verdadeiramente assustadoras: como a do aumento do excesso de peso em Cabo Verde e da obesidade em Portugal. Enquanto no Brasil e em Portugal a epidemia do excesso de peso e da obesidade é tendencialmente masculina, nos estados lusófonos africanos é marcadamente femi nina”, acrescenta o Professor.


Maioritariamente dos adultos, no passado, a diabetes aparece com maior propensão em idades mais jovens: nas crianças a única doença crónica mais prevalecente que a diabetes é a asma. Ainda hoje, a Federação Internacional da Diabetes alerta para o facto de os diabéticos em Portugal e na Europa serem discriminados, desde as creches aos seus locais de trabalho.


A esperança recai na tecnologia (no futuro, sensores poderão vir a monitorizar os níveis de glucose na saliva e em lágrimas), revoluções biotecnológicas resultantes, em parte, da compreensão que, diariamente se vai ganhando da doença que afectava cerca de 366 milhões de pessoas em 2011 e afectará 550 milhões em 2030.

Fonte: RCM PHARMA