Distribuidora Profarma compra Drogasmil e Farmalife por R$ 87 milhões

 

PREZADO ASSOCIADO,

  

PROFARMA COMPRA DROGASMIL E FARMALIFE POR R$ 87 MILHÕES

 

Conforme noticiado amplamente na grande imprensa hoje (18), a distribuidora de me dicamentos e itens de higiene pessoal Profarma fechou a compra das redes de farmácias Drogasmil e Farmalife e, com essa iniciativa, ingressa no varejo. A aquisição foi fechada por R$ 87 milhões. Os recursos sairão do caixa da Profarma. Segundo o diretor financeiro e de relações com Investidores da Profarma, Max Fischer, o valor final a ser pago descontará as dívidas existentes nas redes. “Fechamos essa aquisição pela metade dos múltiplos atribuídos para empresas de farmácia negociadas hoje na bolsa“, afirmou Fischer. De que forma ele conseguiu negociar um preço tão atrativo em um setor que vive um momento de consolidação e chama a atenção até de empresas internacionais ele não revela. “É segredo“, brincou Fischer. “Por meio desta aquisição, a Profarma passa a operar em um segmento com grandes perspectivas de crescimento e oportunidades de consolidação, além de apresentar margens substancialmente maiores. Também são esperadas sinergias com a integração das operações de atacado e varejo, especialmente nas áreas de logística e na sede corporativa”, afirmou a companhia, em nota.

As duas redes operam no varejo farmacêutico do Rio de Janeiro com aproximadamente 85 lojas utilizando as marcas. A rede concentra sua atuação na região do Rio e Grande Rio. A Profarma está, portanto, adquirindo 85 lojas que faturaram no ano passado R$ 332,8 milhões e são concentradas no Rio de Janeiro. “A maioria está em shoppings, o que lhes confere margens melhores, uma vez que eles não vivem a mesma situação das farmácias de rua que, no Rio, muitas vezes estão uma praticamente ao lado da outra“, disse. As marcas Drogasmil e Farmalife pertenciam à Casa Saba Brasil, que surgiu com essas duas aquisições em 2010. O grupo mexicano Casa Saba é líder no segmento de distribuição de produtos farmacêuticos em seu país e, recentemente, fez uma grande aquisição no Chile. Segundo Fischer, o grupo deseja concentrar seus negócios nesses dois países.

Fischer conta que o ingresso no segmento de varejo é uma terceira etapa de sua estratégia de crescimento, que já passou pela expansão geográfica e pela diversificação de produtos, inclusive de maior valor agregado. “Não temos a pretensão de ser a maior no setor de farmácias, mas queremos ter uma plataforma relevante no mercado brasileiro“, disse Fischer. Ele também informa que a Profarma continuará avaliando outras oportunidades de compra no setor. “Nosso compromisso sempre foi manter nossa história de crescimento. Essa oportunidade agora está no setor de varejo, muito fragmentado no Brasil“, disse. A conclusão da operação estará sujeita à aprovação prévia do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Profarma afirma que o valor da aquisição será pago líquido dos saldos de dívida e caixa, após a aprovação da operação pelo Cade. A distribuidora realizará, na próxima segunda (21), uma teleconferência sobre a operação, com a presença do Diretor presidente, Sammy Birmarcker, e do diretor financeiro, Max Fischer. A aquisição será submetida à ratificação de assembleia geral de acionistas.

HISTÓRICO

A Profarma surgiu no Rio de Janeiro, há 51 anos. Fischer conta que entre os anos de 1996 e 2008 a empresa passou por etapas estratégicas importantes. Primeiro expandiu-se geograficamente e também através de aquisições hoje conta com 15 centros de distribuição espalhados por todo o país. Uma segunda etapa foi a di versificação dos negócios. A Profarma dedicava-se à venda apenas de medicamentos e expandiu sua atuação p ara itens de higiene e beleza. Também deixou de atender apenas hospitais privados ao adquirir uma empresa que prestava serviços para o setor público. E, com a compra da Arpmed, ano passado, passou a vender produtos de maior valor agregado, como medicamentos para o tratamento de câncer e dermatológicos.

No meio desse caminho iniciado em 1997, a Profarma ainda abriu o capital, em 2006, e convive com as cobranças do mercado para manter-se como uma empresa com história de crescimento. “No nosso segmento, varejo e indústria têm as melhores margens. Agora deveremos aumentar as sinergias com os fornecedores, uma vez que nos transformamos em um parceiro que também tem o varejo farma“, afirma Fischer. Há outras companhias no Brasil que têm atividades de distribuição e varejo, como a Dimed, no Sul. A Profarma também deverá trazer para seus quadros um executivo com experiência no setor para tocar se u novo negócio.