Defensores dizem que estudo sobre inibidores de apetite foi mal interpretado

O representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles, afirma que todas as dúvidas sobre os efeitos dos inibidores de apetite foram sanadas durante o painel realizado em Brasília.

“Elas foram respondidas embasadas em publicações de revistas científicas, mostrando que não era a opinião de alguns especialistas, mas conclusões de trabalhos feitos em diversos países”, comentou o médico.

Ele afirmou que a sensação que teve é de que a Anvisa “já está com uma ideia pré-concebida e não parece muito disposta a mudar”.

Para os defensores da manutenção desses medicamentos, o estudo Scout (Sibutramine Cardiovascular Outcome Trial) – pesquisa que avaliou o risco do uso da sibutramina em cerca de 10 mil pacientes obesos com doença cardiovascular– foi mal interpretado porque foi feito com pacientes que já tinham doença cardiovascular prévia.

“O estudo apenas confirmou a bula, e a Anvisa, a exemplo da Agência Europeia, está querendo estender a proibição a toda a população de obesos”, diz Meirelles.
Saiba mais

Após a Anvisa aumentar o controle no tipo de receituário da sibutramina – mudou da classe simples para a especial – a prescrição de inibidores de apetite caiu cerca de 10%: foram 4,41 milhões de receituários. A sibutramina caiu 32% – de 2,95 milhões de receitas para 1,99 milhão.

Dois dos maiores fabricantes de sibutramina no Brasil já retiraram seus medicamentos do mercado voluntariamente. O laboratório Abbott tomou a decisão em novembro do ano passado e a Medley parou a produção em fevereiro deste ano, após a Anvisa sugerir a retirada do mercado.

Fonte: A Notícia - SC