Governo amplia indicação de antiviral

Diante da chegada do inverno e da tendência de surgimento de novos casos de infectados pelo vírus H1N1, o Ministério da Saúde ampliou a recomendação do uso do antiviral oseltamivir entre pacientes com gripe. Agora, todos que apresentem fatores de risco devem tomar o remédio aos primeiros sinais da doença. Ontem, o Rio Grande do Sul confirmou a quarta morte neste ano.

“Essas pessoas não devem esperar os sintomas se agravarem ou a confirmação laboratorial“, avisou o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

Além disso, qualquer pessoa que apresente sinais de síndrome respiratória aguda deve tomar a droga - independentemente de quando os primeiros sintomas apareceram. Pela recomendação anterior, o início do tratamento era permitido apenas até 48 horas contadas a partir dos primeiros sinais da infecção.

Moradores de instituições fechadas, como asilos, e portadores de doenças crônicas que não foram vacinados deverão também tomar o remédio quando tiverem contato com outra pessoa infectada.

“Houve casos isolados no Chile, México e Venezuela. Não descartamos a possibilidade de que no Brasil haja pacientes com a infecção que não foram identificados“, disse Barbosa.

A nova recomendação, feita depois de discussão com médicos especialistas, foi apresentada para representantes de Estados e municípios. Secretarias locais foram aconselhadas a fazer um levantamento dos estoques do remédio. Caso seja necessário, o ministério fará um novo envio para repor estoques.

No caso de pacientes atendidos em instituições particulares, o medicamento poderá ser retirado em unidades da Farmácia Popular mantidas pelo governo, desde que seja apresentada a receita médica.

De acordo com o secretário, o estoque de oseltamivir no Brasil é considerável. Cerca de 70% do produto disponível deverá vencer entre 2013 e 2015. Negociações para que o estoque seja renovado pelo fabricante já começaram. “É praxe em compras grandes que a troca seja feita, para
evitar perdas para o País.“

Barbosa afirmou que o formato adotado agora no Brasil na indicação do antiviral já é usado em países como Chile, Estados Unidos e Canadá. A tese de que a distribuição mais flexível do oseltamivir pode facilitar a resistência do H1N1 à droga foi rebatida pelo secretário. “O remédio está disponível para tratar casos de risco. Se esse raciocínio fosse adotado, não daríamos também antibiótico para nenhum paciente, pois o uso também pode aumentar a resistência.“

Fonte: O Estado de São Paulo