Disputa entre redes vai aumentar

 Por Marina Falcão, Adriana Meyge e Letícia Casado | De São Paulo

A estreia do grupo Ultra como operador de drogarias, a partir da compra da Extrafarma, adicionou mais complexidade ao tabuleiro de consolidação do setor de farmácias no Brasil. Com o novo dono, a rede paraense ganha impulso para se expandir pelo país.

A corretora Brasil Plural vê mais implicações imediatas para a Brasil Pharma, que apresenta a maior sobreposição de lojas com a Extrafarma. “Uma dos ativos mais rentáveis da Brasil Pharma, a Big Ben, pode encontrar competição com a Extrafarma, além da Pague Menos “, escreveu o analista Guilherme Assis em relatório.

No longo prazo, a Raia Drogasil e a Profarma também podem ser afetadas. “A Ultrapar tem o potencial de explorar cerca de 10 mil pontos de venda espalhados em tod o o país e pode se tornar uma grande concor rente à Raia Drogasil e à Profarma“, disse Assis.

O Espírito Santo Investment Bank considera o anúncio negativo para as redes de drogarias de capital aberto, do ponto de vista do preço das ações e da concorrência. Para o analista Richard Cathcart, o acordo reitera a previsão de que o setor de farmácias deve sofrer uma baixa na classificação.

O grupo Ultra deve abrir lojas em seus postos de gasolina. Para o Espírito Santo Investment Bank, isso não será necessariamente simples, já que as lojas de conveniência são franqueadas, mas o acordo abre um grande número de bons locais para farmácias no país. “Conveniência é um motor importante de escolha na drogaria, e nós achamos que postos de gasolina fornecem boa conveniência“, diz Cathcart.

Fonte: Valor Econômico