UCB quer país entre os seus maiores mercados

 Um ano e meio depois de comprar o controle do laboratório nacional Meizler Biopharma, a belga UCB planeja que o Brasil - hoje em 20º lugar no ranking dos seus mercados de atuação - passe a ocupar a quarta ou quinta colocação em cinco anos, à frente da Europa. Os principais atrativos do país, segundo o presidente da Meizler-UCB, Joel Barlan, são o tamanho e o potencial de crescimento de seu mercado.

A UCB sabe que chegou um pouco tarde ao Brasil. A ideia é acelerar os investimentos e ir mais além, com transferência de tecnologia para o governo“, disse Barlan, em sua primeira entrevista desde que assumiu o cargo em junho do ano passado. A empresa aposta no crescimento da indústria farmacêutica acima da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O valor dos investimentos em curso e projetados não é divulgado. O executivo não revela também o faturamento da Meizler-UCB, mas conta que, neste ano, a cifra vai superar a de 2012 em 50%.

Três medicamentos da UCB estão em análise na Agência Nacional de Vigilância Sani tária (Anvisa), dois para epilepsia (Keppra e Vimpat) e um para combate à doença de Parkinson ( Neupro). A expectativa é lançar os medicamentos em 2014, com prioridade para os utilizados no tratamento da epilepsia. “Num primeiro momento, os medicamentos serão importados da Europa - Bélgica ou Alemanha“, disse Barlan. Futuramente, parte da produção vai ocorrer no Brasil, com possibilidade de ser realizada junto à sua sede no país, em Barueri (SP).

Com o governo, a empresa fechou, em junho, parceria para o desenvolvimento produtivo (PDP) para a produção do medicamento Cimzia (utilizado no tratamento de artrite reumatóide), pelo o laboratório público Biomanguinhos/Fiocruz, no Rio de Janeiro. O governo será o comprador exclusivo do medicamento e, no fim de cinco anos, o país vai deter a tecnologia. O volume ainda está em negociação e dependerá da demanda, conforme Barlan.

O centro de distribuição da Meizler-UCB, atualmente em Goiás, será transferido para Itajaí (SC) em 2014 para facilitar a importação de produtos e devido aos incentivos fiscais.

O laboratório nacional adquirido pela farmacêutica belga no ano passado é focado em licenciamento e distribuição de medicamentos para a área de sistema nervoso central (SNC).

 

Fonte: Valor Econômico
Autor: Chiara Quintão