Vitamina A forma sistema de defesa de fetos

 A palavra vitamina vem do latim vita. Uma interpretação literal do termo sustenta que é impossível sobreviver sem esses compostos orgânicos. Estudo publicado na revista Nature indica que uma dessas substâncias essenciais, a vitamina A, é determinante para a saúde durante a vida infantil e adulta porque forma o sistema imunológico. Até então, acreditava-se que as defesas naturais do organismo eram resultado de programação independente, natural e inerente ao desenvolvimento fetal. Mas os pesquisadores da Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL) e do Centro Médico da VU University, na Holanda, demonstraram o contrário. Segundo eles, a vitamina A desencadeia a formação dos órgãos linfoides secundários. A falta dela gera estruturas mais frágeis e menores, o que compromete a filtragem da linfa e, com isso, a eliminação de vírus, bactérias ou resíduos celulares prejudiciais ao organismo.

Segundo o pesquisador sênior do trabalho, José Henrique Veiga Fernandes, a formação do sistema imunitário no feto está muito dependente de fatores ambientais. “O nosso trabalho vem estabelecer, pela primeira vez, uma ligação estreita entre os hábitos alimentares da mãe, a qualidade do sistema imunitário dos filhos e a forma como eles resistem às infecções.” Fernandes explica que a quantidade de vitamina A repassada da mãe ao filho é necessária para que os nódulos linfáticos se desenvolvam em tamanho normal, o que possibilitará respostas imunes capazes de conter infecções tanto na infância quanto na vida adulta.

A vitamina também participa do de senvolvimento embrionário, da reprodução, do metabolismo ósseo, do equilíbrio da pele e da visão. “A deficiência desse composto não causa apenas deficiências físicas, mas também compromete a eficácia das campanhas de vacinação infantil nas regiões mais pobres, particularmente na África e no sul Asiático”, acrescenta. O ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, Alexandre Pupo Nogueira, observa que essa, felizmente, não é uma realidade brasileira. “A alimentação habitual aqui é rica em alimentos com vitamina A. Além disso, os bebês recebem as gotinhas de vitaminas pouco depois de nascerem”.

Fonte: Correio Braziliense