Estresse e má alimentação ajudam a explicar obesidade

Pesquisa do Ministério da Saúde divulgada ontem indica que o brasileiro está cada vez mais gordo. Entre as mulheres, o índice das que têm sobrepeso passou de 38,5% para 44,3% entre 2006 e 2010 e entre os homens, 47,2% para 52,1%. Segundo o endocrinologista Amélio Godoy Matos, do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia do Rio de Janeiro e membro da Associação Brasileira para Estudos da Obesidade
(Abeso), má alimentação, sedentarismo e estresse são os vilões do peso.

A que esse aumento da obesidade pode ser atribuído?

O crescimento da obesidade tem se dado pelo aumento da ingestão e diminuição do gasto calórico, pois cada vez menos as pessoas estão praticando atividade física. Essa é uma visão simplista, embora realista. Porém, existem outros aspectos. O estresse pode ser um grande vilão.
Quando uma pessoa está mais estressada, aumenta a ingestão de alimentos. Usar computadores e dormir pouco também são fatores associados.

Os mais pobres são mais suscetíveis ao aumento de peso ou ele acontece em todos?

A obesidade é inversamente proporcional ao grau de educação. Quanto melhor o nível de educação, menor o nível de obesidade. O ganho de peso nas classes mais pobres ocorre por causa da busca por alimentos mais calóricos, como fast food.

O governo quer reduzir a quantidade de açúcar, gordura e sal nos alimentos. Essa é uma medida que pode trazer resultados satisfatórios?
Se implementada efetivamente, em um ou dois anos poderemos ter uma mudança na tendência da curva de aumento de obesidade.
O sedentarismo também aumentou. Melhorar a alimentação sem associar à prática de exercícios é suficiente?

É sim. O controle alimentar é fundamental e ajuda no monitoramento do peso. Se uma pessoa caminhar de 30 a 40 minutos, por exemplo, ela gastará de 200 a 300 calorias. Se, ao final, comer um pastel com refrigerante vai superar a quantidade energética que gastou. Ou seja, de nada adiantou o seu esforço.


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