Vigiando a genética

 O teste de fatores de risco para câncer de mama genético poderá mudar drasticamente quando uma startup do Vale do Silício lançar testes baratos vendidos pelo correio. O anúncio foi feito ao mesmo tempo que dois grandes laboratórios divulgaram a criação de um banco de dados para ajudar pesquisadores a refinar seu conhecimento sobre o nível de risco apresentado por certos genes.

Os dois desenvolvimentos concentram-se nos genes BRCA1 e BRCA2. Ambos comunmente produzem proteínas que suprimem tumores, mas podem indicar um maior risco de câncer de mama e de ovários se sofrerem mutação.

Essas mutações representam entre 5% e 10% de todos os cânceres de mama e 15% de todos os cânceres de ovário, segundo o Instituto Nacional do Câncer (NCI, em inglês). Os cânceres que afetam as portadoras das duas mutações também tendem a ocorrerem mulheres mais jovens do que os cânceres não hereditários.

O teste dessas mutações genéticas atualmente pode custar entre 400 e 4 mil dólares nos Estados Unidos, dependendo do seguro-saúde da paciente. Desde a adoção da Lei de Acesso à Saúde - conhecida como Obamacare - todas as companhias de seguro-saúde são obrigadas a cobrir esses testes para mulheres com históricos de “alto risco“ de câncer na família.

A Color Genomics, empresa do Vale do Silício apoiada por executivos do Twitter e da Eventbrite, entre outros, está procurando tornar os testes mais acessívei s, com uma simples anál ise de saliva vendida por correio a 249 dólares.

O teste de 19 genes da Color Genomics e a publicidade que o acompanha concentram-se fortemente nas mutações dos genes BRCA1 e BRCA2. Os dois fatores de risco receberam grande atenção pública desde que a atriz Angelina Jolie citou essas mutações como importantes para sua decisão de se submeter a dupla mastectomia.

“Enquanto o caráter aparentemente aleatório do câncer traz uma profunda sensação de impotência, acreditamos que é possível reforçaros indivíduos e as famílias com conhecimento que possa lhes permitir compreender e administrar seu risco genético de câncer“, disse um primeiro postnoblogdo site.

Enquanto isso, os laboratórios Quest Diagnostics e LabCorp anunciara m que vão reunir informações sobre testes genéticos em um banco de dados para ajudar na pesquisa,chamado BRCAShare. As empresas esperam que o banco de dados promova pesquisas e reduza o número de testes que têm resultados inconclusivos. O banco de dados será gratuito para cientistas que fazem pesquisa.

Especialistas da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA recomendam que só mulheres com históricos genéticos de predisposição ao câncer façam testes dos genes BRCA1 e 2, e que as crianças não se submetam a esses testes porque não há como atenuar o risco em crianças.

Fonte: Carta Capital