Fiocruz prevê 16 mil casos de microcefalia em 2016

O número de casos de microcefalia no Brasil aumentou 10% em uma semana e alcançou a marca de 3.893 notificações. Os registros ocorreram em 764 municípios, em 20 Estados e no Distrito Federal. Embora o ritmo de crescimento tenha apresentado leve queda, o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirma ser cedo para fazer qualquer previsão. O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, alerta qu e os números ainda deverão crescer. “Chegaremos a 16 mil casos neste ano“, estima.

Para Stebeli, a epidemia de zika é um dos mais graves problemas de saúde pública já enfrentados pelo Brasil. “A evolução epidemiológica de problemas relacionados à infecção é muito mais rápida do que em outras doenças, como HIV e tuberculose“, diz. “Estamos assistindo à chegada de uma geração de bebês que necessitam de cuidados intensos para sua melhor qualidade de vida“, afirma. “Será necessária assistência para essas crianças, fora o impacto para a família“, explica.

A microcefalia era, até mea dos do ano passado, uma doenç a considerada rara no Brasil e no mundo. O número de casos no País explodiu a partir de agosto, meses depois de uma epidemia de zika no Nordeste. Exames feitos em bebês e fetos com a má-formação reforçaram a tese de pesquisadores de que o aumento de casos é causado pela transmissão vertical - da mãe para o bebê, na gestação. 

A amostra mais recente ocorreu em Minas, com um bebê que nasceu com microcefalia. Análises feitas da medula espinal identificaram a presença do zika vírus. O boletim divulgado ontem relatou ainda 49 mortes por má-formação congênita. Desse total, em cinco se confirmou relação com zika.

“O cenário é muito dinâmico. Ele ainda vai mudar bastante“, avalia Maierovitch. Ele lembra que o vírus, transmitido pelo mesmo vetor da dengue, já está presente em vários países. “A tendência é de que ocorram novos casos no Hemisfério Norte e em países onde há infestação do mosquito.“ 

Sudeste e carnaval

Uma das preocupações das autoridades sanitárias brasileiras é a Região Sudeste, onde o vírus começou a circular há pouco tempo e por isso, a grande maioria da população é suscetível. “O Nordeste já enfrentou uma epidemia no verão passado. Não temos os números, mas há uma estimativa de que parte da população esteja imunizada. O mesmo não acontece no Sudeste“, diz Maierovitch. Para ele, é preciso continuar o trabalho de redução na infestação do mosquito. “Para não deixarmos a curva de casos subir.“

O diretor reconhece que o carnaval representa mais um fator de risco para o número de casos aumentar. Não por causa da circulação de pessoas, pois o vírus já está presente em quase todos os Estados do País, mas pela tendência, nesse período, de as pessoas adotarem atitudes de maior risco. “O contato interpessoal é maior e as pessoas ficam mais expostas ao mosquito, porque saem para as ruas. Daí a necessidade de insistir para medidas de proteção como uso de repelentes.“

Mai erovitch também não escondeu preocupação com a situação de São Paulo que, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, já apresenta um grande número de cidades com epidemia de dengue. “É um indicador da vulnerabilidade dos municípios para zika“, observa.

Teste 3 em 1

O Ministério da Saúde anunciou no sábado a compra de um produto que está em fase de testes e cuja produção ainda não está certa. No fim de semana, o ministro Marcelo Castro participou de uma cerimônia em que prometia a compra de 500 mil testes “três em um“, para diagnóstico simultâneo de dengue, chikungunya e zika. Na ocasião, foi afirmado que os kits começariam a ser entregues em fevereiro. “Ele é promissor, mas é um projeto a médio prazo, para alguns meses“, diz o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

O teste tem como ponto de partida um kit desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz. “O produto vai existir, mas algumas etapas ainda são necessárias“, completa. A Fiocruz ainda não apresentou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de registro do novo método de diagnóstico, por exemplo.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Sta beli, afirma que documentos estão sendo reuni dos e que essa etapa vai ser cumprida, mas não é essencial para que o novo kit passe a ser usado. “Atualmente, os laboratórios de referência fazem testes chamados \'in house\', uma espécie de teste caseiro que também não passa por certificação da Anvisa“, observa.

 

Direcionamento para o combate ao câncer

 

< span style=\'font-family:“Tahoma“,sans-serif;border:none windowtext 1.0pt;padding:0cm;background:white\'>Fonte: Correio Braziliense

O câncer atinge 32,6 milhões de pessoas e causa 8,2 milhões de mortes mundialmente. No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostra previsão de 576 mil novos casos para este ano. Mas não estamos falando de uma só doença. O câncer é um conjunto de centenas de doenças diferentes que têm em comum a característica de crescimento desordenado das células do corpo. Os diversos cânceres atuam de forma parecida, mas contêm componentes únicos. A diversidade é o que faz um tratamento funcionar para um tipo e não para outro.< /span>

O diagnóstico adequado e a determinação da extensão do mal influenciam diretamente no tratamento, assim como o melhor medicamento para cada fase. Isso pode dar ao paciente a possibilidade e a esperança de melhor prognóstico. Os tumores são tão específicos que, em alguns casos, a localização do câncer não é suficiente para tratar o paciente corretamente. É preciso verificar as mutações de cada tipo para trazer melhores resultados para os pacientes.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc) está desenvolvendo protocolo de tratamento clínico para auxiliar nas decisões de conduta que gerem bons resultados, o mais rápido possível e com menos efeitos colaterais. O marco inicial do proje to foi uma reunião da Sociedade com o CEO do National Comprehensive Cancer Network (NCCN), Robert W. Carlson, organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que une 26 centros de câncer e promove o desenvolvimento e publicação de orientações práticas para o cuidado em oncologia.

O desafio da Sboc, agora, é desenvolver um guia para todos os médicos brasileiros. Na discussão inicial, ficou clara a necessidade de trabalharmos em conjunto com os diferentes grupos de subespecialidades oncológicas e com a sociedade para a normatização dos tratamentos mais efetivos no Brasil. É iniciativa que pode ajudar pacientes e médicos que lidam com essa difícil enfermidade.

O modelo utiliza plataformas internacionais que discutem resultados dos tratamentos que deram certo por meio de análise baseada em evidências. Essas plataformas são utilizadas na Europa e nos Estados Unidos e tiveram resultados positivos na padronização de procedimentos, gerando otimização de recursos e melhores direcionamentos a tratamentos.

O projeto é uma luz para os médicos de todo o país, pois esclarece os melhores caminhos a serem tomados em momento que o setor exige padronização dos tratamentos existentes comparados com os recursos disponibilizados pelos setores da saúde. Importante lembrar que vivemos em um país onde há pacientes que não têm acesso ao mínimo de terapêutica.

A realidade de acesso aos avanços da medicina oncológica na Região Norte e na Região Sudeste, por exemplo, é muito diferente. Se contarmos as diferenças entre as capitais e o interior dos estados, as discrepâncias na saúde são ainda mais desafiadoras. É por isso que esse guia vai ser forma de padronizar a classificação dos tratamentos.

O projeto não mede esforços de busca pela inclusão de inovações no segmento de forma a beneficiar os pacientes. É desenvolvimento de plataforma que olha dentro da realidade da heterogeneidade econômica do Brasil e traz soluções reais para os desafios médicos. O Sboc quer produzir um guia que ajude os especialistas em câncer a trabalhar melhor nas diferentes condições encontrad as na Saúde.

Essa diretriz é alerta para lembrarmos que precisamos deixar mais claro para a sociedade — incluindo os especialistas, os gestores públicos e os pacientes — a importância de fazer o melhor tratamento possível e disponibilizar as mais eficientes terapêuticas para os cânceres que afligem o país, mesmo diante das dificuldades encontradas no país. É um guia para mostrar também que é possível criar soluções que não dependem exclusivamente da gestão pública e são efetivas na ampliação do bem-estar dos pacientes.

 

Agência veta produtos da em presa Freliss Cosméticos

Anvisa

A Anvisa determinou a suspensão do Shampoo Pré-Selagem 1 Freeliss, da Selagem Térmica 2 Freeliss e de todos os produtos fabricados pela empresa Freeliss Cosméticos Ltda – ME.

Os cosméticos citados eram divulgados sem registro ou notificação na Agência, além disso, o rótulo desses produtos informa um número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) que não condiz com o da empresa fabricante.

Durante uma inspeção, a Vigilância Sanitária do município de Echaporã – SP, não localizou o estabelecimento no endereço cadastrado. A empresa também não possui Autorização de Func ionamento.

A Anvisa determinou, ainda, a apreensão e in utilização dos cosméticos disponíveis no mercado.

A medida está na Resolução 222/2016, publicada quinta -feira (28/1), no Diário Oficial da União (DOU).

Fonte: Site Cidade Verde