Governo pede urgência a fabricantes em informações sobre repelentes

Ainda não há previsão de data para a aquisição e distribuição do material.

Os ministros Marcelo Castro (Saúde) e Jaques Wagner (Casa Civil) se reuniram, nesta quarta-feira, com representantes de 20 laboratórios fabricantes de repelentes, como parte da estratégia de combater o mosquito Aedes aegypti. Os produtos serão distribuídos, de forma gratuita, para 400 mil grávidas beneficiárias do Bolsa Família. O governo se dispôs a comprar de todos os laboratórios que tenham repelentes disponíveis.

Segundo a ssessores do governo, os laboratórios entenderam a urgência pedida pelo governo, que admitiu haver uma epidemia, e os fabricantes garantiram que vão atender a demanda. Eles alertaram, porém, que como o mundo inteiro está preocupado com o vírus zika e o surto de microcefalia, o Brasil deve sofrer a concorrência dos laboratórios, sobretudo entre os países tropicais.

Ainda não há, entretanto, previsão de datas para a aquisição e distribuição do material. O custo só será definido depois que os laboratórios preencherem um questionário técnico, que o Ministério da Saúde enviará aos fabricantes, para que especifiquem o tipo de produto disponível, a quantidade que podem fornecer, a que custo, entre outros detalhes.

A expectativa do governo é receber os formulários preenchidos pelos fabricantes ainda esta semana para fechar de quantos laboratórios precisará adquirir o produto e em quanto tempo isso poderá ser realizado.

O ideal é que ele proteja a mulher por quatro horas, diminuindo assim a frequência com que as grávidas tenham que passar o produto. Outro pré-requisito é que repelente seja completamente seguro para a utilização das gestantes. Apesar de o governo já ter decretado estado de emergência em saúde pública desde novembro e já ter se reunido em outras ocasiões com os fabricantes de repelentes, Marcelo Castro acreditava que o laboratório das Forças Armadas daria conta da demanda no país. Após a reunião de segunda- feira, no entanto, em que a própria presidente Dilma Ro usseff decidiu que distribuiria o produto para as grávidas do Bolsa Família, foi preciso recorrer aos laboratórios.

No dia 11 de novembro, o governo decretou estado de emergência na saúde em todo o país por conta do surto de microcefalia. É a primeira vez que o governo federal declara emergência em saúde pública de importância nacional, medida permitida desde a edição de um decreto em 2011. A última vez que isso tinha ocorrido foi em 1917, com a epidemia de gripe espanhola.

Fonte: Portal O Globo