Padilha e Uip apresentam projetos em São Paulo

 Potencial nome do PT ao governo do Estado de São Paulo, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) e o titular da pasta em nível estadual, David Uip, apresentaram na última sexta (1º) em São Paulo iniciativas em suas áreas.

Padilha anunciou a compra de 80 aceleradores lineares para o tratamento de câncer, que serão destinados a 22 estados mais o Distrito Federal. A compra foi feita via pregão eletrônico junto à empresa americana Varian Medical Systems ao custo de R$ 119,9 milhões. Segundo o Ministério da Saúde, a pasta conseguiu economizar R$ 176 milhões.

“Os equipamentos vão para todo o Brasil. É a maior expansão de centros de tratamento de câncer, de radioterapia, em todo o País. Nós já tivemos neste ano 14 novos centros. A partir do segundo semes tre de 2014, quando começam a ser entregues esses equipamentos, É a maior compra centralizada de equipamentos para tratamento do câncer no mundo“, exaltou o ministro.

O argumento do governo para a ofensiva é a estimativa do ministério de que o País deverá registrar no futuro pelo menos 500 mil novos casos de câncer. Dos aparelhos comprados 39 irão substituir equipamentos defasados e outros 41 serão destinados a novos locais. O Estado de São Paulo receberá 19 aceleradores lineares.

Padilha explicou que a pasta apresentou como exigência à fornecedora americana prazo de cinco anos para que abra uma fábrica no Brasil.

Mais Médicos

O ministro fez um balanço do programa Mais Médicos e minimizou as críticas à iniciativa. “São cerca de 1,5 mil médicos já atendendo à população. Conseguimos dobrar a capacidade de atendimento em alguns centros de saúde. Tivemos mais de 320 mil consultas realizadas já no primeiro mês. A partir da semana que vem, mais de 2,2 mil médicos começam a atender a população“, avaliou.

Alexandre Padilha emendou que só o município de São Paulo vai receber mais de 80 profissionais ligados ao programa federal. Ele minimizou o fato de 48 participantes do programa Mais Médicos terem sido reprovados no Revalida, que é o exame que avaliza o diploma. “São programas absolutamente diferentes. O Revalida é um teste, é uma prova feita num dia, para ver se um médico pode operar, trabalhar numa UTI, cirurgias complexas, se ele pode tratar como especialista na média complexidade. O Mais Médicos recebe profissionais que ficam três semanas em avaliação para cuidar da atenção básica de saúde“, argumentou Padilha.

Presente ao evento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, o secretário estadual da Saúde, o infectologista David Uip, optou pela diplomacia e evitou criticar o Mais Médicos.

“Eu não entro nesse mérito. Eu vi a manifestação do governo e a forma de pensar é aquilo que eu anunciei: estamos em busca da excelência. No nosso projeto o indivíduo entra através de concurso público. Toda vez que nós possamos viabilizar a sua qualificação, nós vamos incentivá-lo e ele vai ganhar por isso“, comentou Uip.

Plano de carreira

Sobre as iniciativas de sua pasta, destacou o plano de cargos e salários para médicos do estado. Segundo o secretário, o plano vai privilegiar os profissionais que atuarem na periferia das cidades paulistas. Estes vão receber 30% a mais na remuneração.

“Além desses 30%, se ele fizer mestrado vai receber mais 5%, doutorado mais 10% e pós-doutorado mais 15%. Qual é o recado? Queremos incentivar a pós-graduação e esses pós graduados vão trabalhar na periferia. Entendemos que todo hospital que tenha ensino, pesquisa e gente pós-graduada refina a assistência“.

O secretário explicou que regime de contratação passará a ser de 12, 20, 24 e 40 horas enquanto a lei em vigor só estabelece regimes d e 20 e 40 horas semanais de atuação. Uip argumenta que o regime de contratação anterior dificultava a vinda de médicos no atendimento em prontos-socorros e unidades de terapia intensiva que trabalham sob o regime de 12 e 24 horas.

Outro ponto do projeto deve estabelecer a classificação dos profissionais médicos nos níveis 1, 2 ou 3. O primeiro vai contemplar profissionais com até dez anos de formatura, o seguinte com até 20 anos e o nível 3 será voltado a profissionais com mais de 20 anos de formação.

“O médico que vai trabalhar no regime de 40 horas na periferia vai ganhar quase R$ 20 mil“, disse.

Quanto ao número de médicos que o estado pretende enviar às periferias, David Uip disse que os dados ainda estão sendo consolidados. “Estamos mapeando hospital por hospital e, além disso, eu mesmo estou indo aos hospitais“, frisou o secretário.

O secretário de Saúde de São Paulo afirmou ainda que dentre os desafios da pasta está o de estende r os benefícios anunciados para os profissionais de medicina a todo s os servidores da pasta.

A pasta tem entre administração direta, autarquias e Organizações Sociais (OSs), mais de dez mil servidores. Os últimos não são afetados pelo projeto. O texto final envolveu a colaboração das secretarias da Saúde, Gestão Pública, Fazenda e Planejamento. Pelo menos 5 mil médicos devem ser beneficiados com a medida.

O texto, cujo impacto fiscal deve ser de R$ 200 milhões (números aproximados), aguarda decisão do governador Geraldo Alckmin para o envio à Assembleia.

Fonte: DCI SÃO PAULO