A amamentação previne a obesidade

Atualmente, e principalmente devido aos estudos sobre as origens desenvolvimentistas da saúde e da doença, existem sugestões de que a nutrição em períodos vulneráveis possa alterar a estrutura da cromatina e a expressão gênica, assim como, potencialmente, influenciar a saúde do indivíduo a longo prazo. O rápido ganho de peso no início da infância está associado com a suscetibilidade à obesidade na vida adulta. Estudos sugerem que esse ganho de peso rápido está associado ao consumo de fórmulas infantis e que a ingestão de fórmulas infantis antes dos quatro meses de idade está positivamente relacionada com obesidade na infância.

O aleitamento materno representa uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido, dando continuidade à nutrição iniciada na vida intrauterina. A composição do leite materno, em termos de nutrientes, difere qualitativa e quantitativamente das fórmulas infantis, principalmente em relação ao seu conteúdo de calorias, proteínas, vitaminas e minerais.

A composição nutricional das fórmulas infantis tem evoluído consideravelmente nos últimos anos, com a inclusão de nutrientes importantes para o desenvolvimento pós-natal, como taurina e DHA (ácido docosahexaenoico). Mesmo assim, não possuem os compostos bioativos do leite materno, entre eles hormônios e fatores de crescimento que vão atuar sobre o crescimento, a diferenciação e a maturação funcional de órgãos específicos (como o intestino), afetando vários aspectos do desenvolvimento.

A composição única do leite materno está, portanto, implicada no processo de programação metabólica, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho dos adipócitos ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. A complexidade da rede neuroendócrina que regula o balanço energético, com seus múltiplos integrantes e o grande número de fatores bioativos presentes no leite humano, sugere uma infinidade de potenciais mecanismos de atuação do leite materno nesse processo.

Fonte: Portal Fator Brasil