Depressão acomete cerca de 350 milhões de pessoas no mundo

 Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) demonstram que a depressão deve se tornar, em 20 anos, o estado mais comum no mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. Atualmente, ela acomete 350 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa pelo menos 5% da população mundial. Apesar da alta incidência, a depressão ainda é cercada de preconceitos, assim como os demais transtornos mentais, e muitas vezes é confundida como sendo apenas uma tristeza ou algo que “vai passar”.

Conforme levantamento da OMS, e mbora existam formas de terapia para retirar o indi víduo do estado depressivo, apenas metade das pessoas recebe os cuidados de que necessitam. Casos de depressão leves podem ser tratados apenas com acompanhamento psicológico, mas, nas formas moderada e grave, as pessoas precisam de algum tipo de medicação.

Segundo a psicóloga Larissa Silva Resende da Cruz, quando se discute a depressão, é importante pensar primeiro o que vem a ser a tristeza na vida do ser humano. “O que vejo hoje nessa sociedade de tempo escasso e cada vez mais maratonista é que estamos problematizando a tristeza. Passamos a ver a tristeza como algo que não é normal e que não é bem-vindo, o que vem sendo cada vez mais alimentado pela mídia e pela própria indústria farmacêutica. Por isso, é preciso ver a tristeza como um afeto comum à vida humana, tal qual a felicidade, a alegria e o bem-estar”, afirma.

A psicóloga ressalta que prefere a expressão “estado depressivo” à palavra “depressão”, pois esta dá a ideia de doença. “Quando pensamos na depressão como sendo uma doença, parece que é algo que acomete a pessoa de fora para dentro, o que tira toda a responsabilidade do próprio indivíduo diante dos seus sentimentos e do seu momento de vida. Quando falamos em estados depressivos, existem algumas características que podem alertar para o estado de esvaziamento do eu, um sentimento de perda de sentido da vida, o que é caracterizado por uma tristeza intensa”, esclarece.

Fonte: Jornal da Manhã