Pesquisa revela ligação entre o colesterol e o diabetes

Ontem foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol. Uma pesquisa sobre a incidência de dislipidemia (colesterol alto) em portadores de diabetes foi realizada pelo Frischmann Aisengart. O trabalho levantou os 30.309 exames de dosagem de colesterol concomitantes com hemoglobina glicada (teste usado para o diagnóstico ou o controle do diabetes) realizados pelo laboratório do dia 01.º de janeiro a 01.º de julho de 2011.

O resultado é que existe uma ocorrência mútua de diabetes e colesterol elevado em cerca de 25% da população analisada, o que indica maior risco de doenças do coração graves como infarto e derrame. Também foi observado que, nos pacientes com mau controle do diabetes, esta associação chega a 45,43% nas mulheres e 37,96% nos homens, sendo também um importante fator de risco para estas pessoas.

Dos 30.309 pacientes pesquisados, 26,28% (7.967 pessoas) apresentaram a hemoglobina glicada acima de 6,5%, índice indicativo de diabetes. O grupo de diabéticos era composto de 4.342 mulheres e 3.625 homens. Deste grupo, 24,55% (1.956 pessoas) apresentaram elevação de colesterol total, com colesterol acima de 200 mg/dl, sendo 1.194 mulheres e 762 homens. Mas vale lembrar que as mulheres costumam cuidar melhor da saúde do que os homens e, portanto, fazem mais exames. É o que revelam os médicos Mauro Scharf (CRM 13.009), do laboratório Frischmann Aisengart e Natasha Slhessarenko (CRM 2909), do Cedic/Cedilab.

Scharf ressalta que a pesquisa foi realizada em pacientes que tiveram o colesterol e a hemoglobina glicosada solicitados por seus médicos e que, portanto, pode incluir pessoas já com conhecida dislipidemia familial e diabetes e que estavam realizando exames de controle. Por isso, os resultados da pesquisa podem refletir valores percentuais acima do esperado na população.

Segundo o médico, o colesterol é a gordura da alimentação absorvida no intestino que entra na corrente sanguínea, sendo transportada por proteínas até formar o complexo lipoproteína (lipo = gordura). As principais lipoproteínas são: HDL (conhecido como o bom colesterol), o LDL (denominado como o mau colesterol) e o VLDL.

A doutora Natasha lembra que o colesterol é necessário para algumas funções do organismo, como a produção de alguns hormônios e ácidos biliares. Mas, em excesso, pode causar problemas. O diabetes, hipotireoidismo, obesidade, nefrose ou qualquer doença dos rins em estágio avançado, algumas doenças do fígado, anorexia nervosa e outros males bem mais raros também podem coincidir com o aumento significativo do colesterol. “Alguns medicamentos, como corticóides, podem gerar este aumento”, revela.

Quando o colesterol atinge níveis altos, oriundos de distúrbio genético somado à alimentação incorreta, as artérias são obstruídas por blocos de gorduras, que interrompem a irrigação normal do sangue, levando às lesões e até à morte da região atingida. “Como exemplos podemos citar a obstrução das artérias do coração, que pode causar um infarto e impedir o órgão de bombear o sangue para todo o corpo, e a obstrução de artérias que irrigam o cérebro, o que pode acarretar um acidente vascular cerebral, conhecido pela sigla AVC”, acrescenta a médica.

Como é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, o diagnóstico é feito por meio de análises do sangue do paciente. Por isso, é muito importante a realização de exames periódicos. “Eventualmente, o excesso de triglicérides (outra fração de gordura do sangue) pode levar ao surgimento de manchas ou erupções amareladas na pele“, comenta Natasha.

De acordo com Scharf, a maioria das pessoas que tem consciência do diagnóstico de colesterol alto não trata e nem controla esse distúrbio metabólico, um fator agravante para problemas sérios de saúde. O ideal é que o paciente procure um médico e se submeta às medidas necessárias. “O tratamento deve ter medicamentos à base de estatinas (classe de drogas que engloba várias substâncias com mesmo mecanismo de ação, porém, de potências diferentes) e alimentação adequada - balanceada nutricionalmente e sem excesso de gorduras e, principalmente, com baixo teor de colesterol. Além disso, o paciente deve praticar exercícios físicos regulares“, conclui Scharf.

Alimentos que aumentam o colesterol
Bacon, biscoitos amanteigados, camarão, carnes vermelhas “gordas“, chantilly, creme de leite, doces cremosos, frituras, gema de ovos, lagosta, lingüiça, mortadela, peles de aves, queijos amarelos, salsicha, sorvetes cremosos e vísceras.

Alimentos que previnem ou ajudam a baixar o colesterol
Aipo, ameixa preta, amora, aveia, azeite de oliva, bagaço da laranja, cenoura, cereais integrais, cevada, couve-de-bruxelas, couve-flor, damasco, ervilha, farelo de aveia, farelo de trigo, feijão, figo, mamão, mandioca, pão integral, pêssego, quiabo e vegetais folhosos.

Fonte: StudioPress